Lastimo-vos, seres comuns,
pessoas rasas, almas vazias,
que para todo tipo de evento
existencial criaram dias…
É dia do abraço, dia do sossego,
dia da carência, dia da abastança,
dia dos pais e dia das mães,
dia de sorrir e dia de chorar.
Dia de morte e dia de viver
dia de paz e dia de guerra
dia para se dar, dia para se vender
dia de lembrar, dia de esquecer
Pobres mortais, quem foi que ensinou
esta forma estúpida de viver?
O que importa é a viagem
e não a duração nem o destino
Dias são espaços de tempo
medidas de uma estrada infinita
como pedras à beira do caminho
por onde passa um viajante eterno
que não se pegar a descrever
a razão dos dias, como a olhar
o que dizem as pedras…
Evan do Carmo