BRASÍLIA
Penso na cidade como musa
como Daphne, ninfa de Apolo
de traços retilíneos
de beleza sensual extravagante.
Um teatro a céu aberto
de trágicas comédias
de absurdos humanos.
Não és Roma nem Atenas
mas que pena
te falta um Júlio César
te sobra Lulas e Tancredos,
até um Ulisses ensaiaste.
Que fiasco foi a tua utopia
um paraíso restaurado
delírios de Dom Bosco
um padre embriagado
musa de mármore
de sangue quente e alma fria.
Tua presunção a Divindade te destrói
foste ao topo de toda sonhada vaidade
mas no fundo, Brasília
és menina moça
de semblante calmo e sereno
de pele macia e cor de rosa…
Teu futuro está no lago
entre o Sul e o Norte
nas Asas do Destino
onde a esperança do povo
é sempre verde e forte.
Evan do Carmo 04/04/2018
